5 Dúvidas sobre a Leishmaniose

5 Dúvidas Sobre Leishmaniose

5 Dúvidas sobre a Leishmaniose

A Leishmaniose pode atingir tanto os pets quanto os seres humanos. Nas cidades, como Florianópolis, os cães domésticos são considerados os reservatórios mais importantes da doença, e merecem cuidados especiais. A partir deles, os mosquitos podem facilmente contaminar toda a família.

Abaixo, a equipe da Digitalvet responde as 5 principais dúvidas sobre a Leishmaniose.

O que é a Leishmaniose?

A Leishmaniose é um conjunto de doenças infecciosas provocadas por diversas espécies de protozoários do gênero Leishmania. Atualmente, ela é classificada de duas formas:

Leishmaniose Visceral:

Doença sistêmica que exige tratamento imediato. Em seres humanos, a Leishmaniose Visceral atinge órgãos como o baço, o fígado, os linfonodos, a medula espinhal e a pele. Nos estágios mais avançados, todo o organismo fica comprometido. O risco de óbito é real.

“Em seres humanos, a Leishmaniose Visceral pode provocar febre irregular e por longos períodos, indisposição, anemia e palidez (inclusive nas mucosas). Já os cães, em 80% dos casos, não apresentam sinais clínicos. Porém, os pets contaminados podem vir a apresentar crescimento exagerado das unhas, conjuntivite, emagrecimento e feridas ao redor dos olhos, orelhas e focinho.” – Dr. Éder França da Costa, M.V. Especializado em Cardiologia Veterinária (CRMV-SC 3580).

Leishmaniose Cutânea:

Falhas na pelagem (alopecia), lesões ulceradas no focinho, nas orelhas e na bolsa escrotal  são alguns sintomas. No geral, as feridas aumentam de tamanho, formam crostas, secreções purulentas e demoram a cicatrizar.

“As pessoas com suspeita de Leishmaniose, tanto na sua forma visceral quanto cutânea, devem procurar um serviço médico para identificar e tratar a doença.” – Dr. Alex Jader Sant’Ana, M.V, P.H.D Especializado em Anestesiologia Veterinária (CRMV-SP 18196 / CRMV-SC 7177 VS).

Como ocorre a transmissão?

A transmissão da Leishmaniose é feita por mosquitos que se alimentam de sangue. O mais comum deles é o mosquito-palha  (Lutzomyia longipalpis). Ele pode ser reconhecido pela coloração bege ou acinzentada, pelo tamanho reduzido e pelas asas que permanecem eretas durante o pouso.

Quando um mosquito sem a doença pica um animal contaminado, ele ingere formas imaturas do protozoário, que se desenvolvem dentro do organismo do inseto. Assim, passam a ter a capacidade de contaminar outros animais vertebrados, como os seres humanos.

Uma vez que o mosquito pique outra pessoa ou animal saudável, consequentemente ele transmitirá a Leishmaniose. Os protozoários do gênero Leishmania costumam se alojar na medula óssea dos pets e das pessoas. Em consequência, reduzem a produção de plaquetas. Além disso, também podem atingir o fígado, o baço, os linfonodos e até o intestino.

Como prevenir a Leishmaniose?

No geral, as medidas de prevenção da Leishmaniose estão relacionadas ao controle do mosquito vetor e à vacinação dos pets.

“Os mosquitos que são os vetores da doença são atraídos por locais com sombra e com acúmulo de resíduos orgânicos, como restos de vegetais, folhas e fezes de animais. Fazer a limpeza dos terrenos e evitar a criação de porcos, galinhas e outros animais em áreas urbanas são medidas de prevenção.” – Dr. Éder França da Costa, M.V. Especializado em Cardiologia Veterinária (CRMV-SC 3580).

“Em áreas de mata ou arredores, é muito importante usar roupas longas, repelentes e calçados. Especialmente no fim de tarde, o horário em que o mosquito está mais ativo.” – Dr. Alex Jader Sant’Ana, M.V, P.H.D Especializado em Anestesiologia Veterinária (CRMV-SP 18196 / CRMV-SC 7177 VS).

Como funciona a vacina contra Leishmaniose?

Em filhotes, a vacinação contra a Leishmaniose deve ser feita em cães a partir dos 4 meses de idade. São três doses, que devem ser administradas com intervalos de 21 dias entre cada uma delas. A revacinação é anual.

Já os animais adultos devem, antes de serem vacinados, realizar um exame de sangue para verificar se o cão já possui a doença (uma vez que a enfermidade pode estar em estado subclínico e não manifestar sintomas). Cães com Leishmaniose não devem ser vacinados, sob o risco de piora do quadro clínico.

A Leishmaniose tem cura?

Em seres humanos, a Leishmaniose pode ser tratada e curada. Inclusive, o tratamento pode ser realizado através do Sistema Único de Saúde (SUS). Já entre os animais, especialmente os cães, a doença não tem cura. Os medicamentos disponíveis não eliminam totalmente o parasita, apenas reduzem a carga parasitária.

“Os novos medicamentos para a Leishmaniose podem fazer com que os sintomas desapareçam. Os animais também podem deixar de ser fonte de transmissão da doença. No entanto, é preciso lembrar que o parasita continua no organismo do pet, exigindo cuidados e acompanhamento veterinário por toda a vida.” – Dr. Alex Jader Sant’Ana, M.V, P.H.D Especializado em Anestesiologia Veterinária (CRMV-SP 18196 / CRMV-SC 7177 VS).

“Por isso, a prevenção é tão importante. Uma vez infectado com a Leishmaniose, o pet terá que repetir o tratamento e realizar exames periodicamente.” Dr. Alex Jader Sant’Ana, M.V, P.H.D Especializado em Anestesiologia Veterinária (CRMV-SP 18196 / CRMV-SC 7177 VS).

De acordo com o Ministério da Saúde, animais que não recebem o tratamento adequado devem sofrer eutanásia. A negligência é considerada um crime contra a saúde pública e também crime ambiental de maus tratos ao animal.

 

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