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Dirofilariose: a doença do verme do coração

O calor do verão não agrada apenas aos seres humanos. Muitos mosquitos, transmissores de doenças aproveitam esta época do ano para se desenvolver e reproduzir mais rapidamente. O que aumenta também é a quantidade de doenças que eles carregam –  uma combinação perigosa para quem possui cães e gatos de estimação.

A doença do verme do coração – Dirofilariose – é uma zoonose grave. Leva cães e gatos à morte e pode ser transmitida para os seres humanos. De acordo com a American Hearthworn Society, a Dirofilariose Canina foi diagnosticada em todo o mundo, incluindo todos os 50 estados dos EUA. No Sudeste do Brasil, especialmente no estado do Rio de Janeiro, estima-se que mais da metade dos cães (domésticos e de rua) esteja infectada com o “verme do coração”. Em Santa Catarina não existem dados oficiais recentes. No entanto, em nossa experiência, identificamos a ocorrência de alguns casos nos últimos meses.  

Transmissão

A Dirofilariose é transmitida por mosquitos de várias espécies, inclusive o Aedes aegypti – transmissor da Dengue, Zica e Chikungunya. Ao picar um animal contaminado, as larvas do verme passam para o inseto e se desenvolvem dentro dele. O tempo de desenvolvimento das larvas no mosquito depende da temperatura. Estudos mostram que, após picar um animal contaminado – aos 27°C e umidade relativa de 80% – o mosquito torna-se transmissor de Dirofilariose em até 14 dias. Em temperaturas mais baixas, o processo é mais lento. Por isso, no verão, o cuidado precisa ser redobrado.

Quando o mosquito transmissor pica outro animal ou ser humano, as larvas são transferidas do inseto para o tecido muscular e alcançam corrente sanguínea, por onde serão carregadas até o pulmão. Os vermes maduros costumam atingir o coração e pulmão do hospedeiro entre 67 e 85 dias após a contaminação. Nesse estágio, eles podem chegar aos 3,8 centímetros de comprimento. Quando os vermes atingem os pulmões, a pressão e o fluxo sanguíneo acabam levando-os para as arteríolas pulmonares. À medida que crescem e se desenvolvem, eles passam a habitar as grandes artérias, crescendo ainda mais.

Risco à Saúde

Uma característica do Dirofilaria immitis é o seu grande poder de reprodução e sua longevidade. Eles podem viver até 7 anos dentro do animal hospedeiro. Ao longo da vida, os vermes se deslocam e costumam chegar ao coração. Assim, a Dirofilariose passa de uma doença respiratória para uma doença cardíaca.

Diagnóstico e Sintomas da Dirofilariose

O primeiro passo para o diagnóstico é um teste rápido que utiliza uma amostra de sangue do paciente. A avaliação do estado cardiopulmonar é fundamental para o tratamento e o exame de Raio-X é o método mais objetivo para avaliar a gravidade da doença. Já o Ecocardiograma permite a avaliação das consequências cardíacas da Dirofilariose.

Durante os primeiros 7 meses, o portador de Dirofilariose (cão, gato ou humano) não apresenta sintomas. Esse fato torna a doença ainda mais perigosa – e a prevenção mais importante, pois mesmo sem os sintomas ele se torna um disseminador da doença. A partir dos 7 meses, a tosse, o cansaço e a insuficiência cardíaca podem aparecer nos animais. No entanto, nos seres humanos, a Dirofilariose quase nunca apresenta sintomas.

Segue abaixo o quadro de sintomas por grau de contaminação divulgado pela American Hearthworn Society:

Cães diagnosticados com Dirofilariose devem ser privados de atividade física. Estudos demonstram que cães infectados com 50 vermes, e que eram privados de exercícios, demoraram mais para apresentarem sinais clínicos e desenvolveram menos lesões vasculares do que cães que tinham sido infectados com apenas 14 vermes, porém tinham acesso ao exercício físico. A restrição de atividade física é fundamental. A excitação e o calor excessivo são fatores que aumentam os riscos de complicações.

Tratamento

Depois de instalada a doença, o tratamento da Dirofilariose com medicamentos é longo e complexo. Nos casos mais graves, em que a quantidade de vermes presentes no pulmão e coração é muito grande, pode-se optar pela remoção cirúrgica. No entanto, dependendo do estado de saúde do animal, o tratamento pode representar um grande risco de morte. Por isso o melhor caminho é, sem dúvidas, a prevenção.

Prevenção da Dirofilariose

A boa notícia é que a Dirofilariose pode ser evitada. A consulta veterinária e a medicação preventiva (injeção ou administração oral de substâncias que realizam a quimioprofilaxia) são os métodos mais indicados. Coleiras e repelentes para evitar as picadas de mosquitos são também recomendados.

MUITO IMPORTANTE: não é seguro iniciar a medicação preventiva sem antes fazer o teste rápido! Pacientes portadores do verme podem desenvolver uma reação anafilática se receberem a medicação e isso pode levar a morte.

Medicação por via oral: não é qualquer vermífugo que protege o animal contra a Dirofilariose. Seu Médico Veterinário poderá indicar o mais adequado. Este deve ser administrado todos os meses sem interrupções, pois para cada mês que o paciente não recebe o medicamento, fica desprotegido por 3 meses.

Medicação Injetável: Os filhotes devem receber a injeção preventiva o mais cedo possível, antes da oitava semana de vida. Já para os animais adultos, indicamos a aplicação imediatamente após a constatação do teste rápido negativo. Dessa forma, com apenas uma injeção administrada pelo médico veterinário por ano, seu animal e sua família ficam protegidos.

Leve seu pet o médico veterinário regularmente e informe-se sobre a prevenção da Dirofilariose. Cuide da saúde do seu animal e da sua família. Se precisar de ajuda, conte conosco. Na Digitalvet, podemos lhe ajudar com exames veterinários e consultas de diversas especialidades veterinárias, como Cardiologia, Ortopedia, etc. Aqui, você recebe o diagnóstico preciso e todas as orientações necessárias para uma vida feliz ao lado do seu pet.