Perguntas e respostas: os cuidados com a intermação em cães

Intermação

Perguntas e respostas: os cuidados com a intermação em cães

Casos de cães submetidos ao internamento – ou que chegam ao óbito – por conta de problemas relacionados ao calor são bastante comuns no verão. Estes animais possuem uma fisiologia bastante diferente da nossa e exigem cuidados especiais. Situações que nós, humanos, toleramos com certa tranquilidade, podem ser fatais para os pets.

Abaixo, os profissionais da Digitalvet falam da intermação, uma das principais causas de internação de cães durante os meses mais quentes. Você vai compreender por que esse problema acontece e o que fazer para preveni-lo.  

O que é a intermação?

Digitalvet: Trata-se do aumento exagerado da temperatura corporal do pet, que pode ultrapassar os 40ºC. Essa elevação brusca é bastante comum nos meses mais quentes e, se não for revertida a tempo, pode levar à intermação, uma emergência médica semelhante à insolação, só que mais grave – com risco de óbito.

Como ocorre a intermação?

Digitalvet: A intermação geralmente é provocada pela exposição direta do animal a ambientes muito quentes, abafados e sem ventilação. A prática de atividade física durante os dias e horários mais quentes também é um fator de risco. O uso de acessórios que impedem os pets de abrirem a boca também.

Por isso, é muito importante que o pet tenha à disposição água, sombra e superfícies frias, para se refrescar.

O cães são mais sensíveis ao calor do que os seres humanos?

Digitalvet: Sim. Quando o ser humano é exposto ao calor, as glândulas sudoríparas, especializadas em eliminar água, entram em ação imediatamente. O suor eliminado por essas glândulas, em contato com o ar em movimento, provoca sua evaporação, que resfria o  corpo. No entanto, o corpo dos cães é diferente e eles não conseguem realizar este processo de forma eficaz.

Ao contrário dos seres humanos, estes animais possuem pouquíssimas glândulas sudoríparas espalhadas pelo corpo. A maior parte delas fica no espaços interdigitais,  localizada entre os coxins (as almofadinhas das patas).

Para evitar a hipertermia, é fundamental que os donos lembrem que os pets possuem uma dificuldade maior de perder calor e de controlar a temperatura do próprio corpo. O mecanismo que eles utilizam é diferente e precisa ser respeitado, devido ao risco de superaquecimento.

Como os cães regulam a temperatura do próprio corpo?

Digitalvet: O principal mecanismo de resfriamento corporal dos cães é através da língua e da respiração. Quando estão com calor, os cães expõem a língua, que possui uma ampla irrigação sanguínea. Nessa região, o contato com o ar mais fresco resulta em uma troca de calor do sangue com o ambiente.

Concomitante a isso, ocorre outro mecanismo, que é o aumento da frequência respiratória (quando ficam arfantes). O ar expirado é mais quente e o ar inspirado contribui para a refrigeração do corpo. A desvantagem desse processo é o calor gerado pelo esforço da musculatura que promove a respiração, podendo resultar em mecanismo paradoxal.

Em certa medida, estes processos de troca de calor são normais e funcionam. Mas devemos lembrar que esses mecanismos são menos eficientes do que a transpiração. O aumento progressivo da sensação de calor pode elevar o grau de ansiedade do animal, acelerando mais ainda a frequência respiratória e gerando mais calor corpóreo – um círculo vicioso que resulta em elevação da temperatura corpórea a níveis perigosos.

Quais os principais sintomas da intermação?

Digitalvet: Os principais sintomas da intermação são:

  • Olhar angustiado
  • Inquietude
  • Hipersalivação;
  • Respiração ofegante acima do normal;
  • Pele muito quente;
  • Batimento cardíaco acelerado;
  • Cansaço, fraqueza, indisposição.

Existem consequências mais graves?

Digitalvet: Sim. A intermação pode provocar vômitos, coagulação intravascular disseminada, edema pulmonar, parada cardíaca e lesões cerebrais que podem acarretar em convulsões, coma e morte.

Existem cães mais sensíveis à intermação do que outros?

Digitalvet: Sim. Aqueles que apresentam focinho curto correm maior risco de sofrer intermação. Isso por conta da dificuldade anatômica natural que estes animais têm para respirar e, consequentemente, perder calor. Por isso, donos cães como como os Bulldogs, Pugs, Boxers, Shih-tsu, Lhasas Apso, entre outros, devem ter cuidados redobrados. A tendência à obesidade de algumas dessas raças representa um fator de risco ainda maior.

Como prevenir a intermação?

Digitalvet: Vimos que o ato de abrir a boca e expor a língua é muito importante para o controle da temperatura corpórea dos cães e para evitar a intermação. Por isso, é fundamental que o pet fique sempre em local arejado.

Jamais tranque o seu pet em locais como carros e quartos. Nos dias mais quentes, evite o uso de acessórios que impeçam o cão de abrir a boca adequadamente. Se isso não for possível, faça os passeios com “focinheira” apenas no horários mais frescos e evite atividades físicas.  Em resumo:

  • Mantenha água limpa e fresca sempre à disposição;
  • Mantenha o animal em local com sombra e circulação de ar constante;
  • Nunca deixe o animal sozinho dentro do carro;
  • Não estimule atividades físicas nos horários de maior calor.

O que fazer em caso de intermação?

Digitalvet: Caso o seu cão apresente sinais de intermação, procure imediatamente um serviço veterinário de emergência. No caminho, resfrie o corpo do pet colocando bolsas de gelo nas laterais e embaixo do corpo (lembre-se que gelo em contato direto com o corpo pode provocar queimaduras) e elimine todas as fontes de calor possíveis. Permita que o cão possa abrir a boca e tenha ar fresco para respirar. Tente acalmá-lo.





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