Os problemas cardíacos estão entre as principais causas de morte de animais de estimação. E isso se deve, em grande parte, à demora em identificar os sintomas – e em buscar assistência. Em geral, os primeiros sinais de doença cardíaca em pets manifestam-se de forma sutil e não chegam a alarmar os tutores. Quando isso acontece, na maior parte das vezes, a enfermidade já está em um estágio muito avançado.
Fatores de Risco para Doença Cardíaca em Pets
A idade é um dos principais fatores de risco para doença cardíaca em pets. Algumas raças, porém, possuem uma predisposição maior para desencadear, ao longo da vida, algum tipo de cardiopatia. Cavalier, Poodle, Boxer, Doberman, Cocker, Dachshund e Schnauzer são alguns exemplos.
“Reforçamos, contudo, que qualquer animal, independente de raça e idade, pode desenvolver um problema cardíaco – inclusive filhotes.” Dr. Éder França da Costa (CRMV-SC 3580).
O porte do animal também também tem influência direta sobre o tipo de doença cardíaca a qual ele está mais sujeito.
Doenças Cardíacas mais Comuns em Cães e Gatos
De forma muito geral e simplificada, podemos dizer que algumas doenças acometem mais determinados grupos de animais. Logicamente, não são restritas aos grupos listados abaixo, mas costumam ser mais incidentes neles:
- Cães de pequeno porte: a doença valvar degenerativa é a mais comum. Trata-se de uma degeneração nas valvas cardíacas (popularmente conhecidas como válvulas), que são as estruturas que regulam a circulação sanguínea dentro do próprio coração.
- Cães de grande porte: costumam apresentar cardiomiopatia dilatada. Nestes casos, devido a uma degeneração do próprio músculo do coração, ele torna-se mais fraco. O coração dilata e reduz sua capacidade de contrair e de enviar sangue para todo o corpo do animal com eficiência.
- Gatos: costumam apresentar mais casos de cardiomiopatia hipertrófica. A doença provoca o espessamento das paredes do coração e consequente diminuição do espaço interno das cavidades cardíacas (átrios e ventrículos). Com menos espaço, menos sangue é bombeado, prejudicando o fornecimento de oxigênio e nutrientes para todas as células do organismo. Isso também favorece o aparecimento de arritmias e pode até causar morte súbita.
- Filhotes: as doenças cardíacas podem afetar animais de qualquer idade, inclusive filhotes. Nestes casos, as cardiopatias congênitas são as mais comuns. Elas envolvem malformações do coração e dos grandes vasos adjacentes.
“As cardiopatias congênitas podem provocar desvios de sangue do lado direito para o esquerdo do coração, ou vice-versa; obstrução do fluxo sanguíneo dentro do coração; deformidades das valvas cardíacas (popular válvulas cardíacas); anormalidade nas conexões do coração com as grandes artérias e mal posicionamento do coração no tórax.” – Dr. Éder França da Costa (CRMV-SC 3580).
Sinais de Alerta de Problemas do Coração em Animais
A doença cardíaca em pets prejudica não só o funcionamento do coração, mas todo o organismo do animal. Quando o sangue deixa de ser bombeado da forma correta, o fornecimento de oxigênio e de nutrientes é prejudicado, assim como a remoção de substâncias tóxicas do corpo, como o CO2.
Para tentar compensar a falha, o organismo do Pet tentará se adaptar. O aumento da velocidade dos batimentos cardíacos é uma delas. Porém, a longo prazo, esse funcionamento “fora do normal” não será mais suportado pelo corpo, agravando o quadro.
De forma geral, os principais sintomas de doença cardíaca em Pets costumam ser:
1. Intolerância à atividade física (cansaço fácil):
É um dos sinais que mais chamam a atenção dos responsáveis. Se o cão for jovem ou filhote e não quiser fazer exercícios (passear, correr, etc), ou até mesmo desmaiar durante ou após uma atividade física, algo estranho está acontecendo. Ele deverá ser levado ao veterinário para investigar o risco de doença cardíaca. Em animais adultos e idosos, a identificação é mais difícil. O cansaço pode ser atribuído à idade e a outros problemas, como ortopédicos. Por esses e outros motivos, as consultas regulares com o cardiologista veterinário são fundamentais nessa faixa etária.
2. Cianose:
Se o seu Pet apresentar mucosas e língua com aparência roxa (especialmente durante algum esforço), procure um médico veterinário cardiologista. Este pode ser um sinal de doença cardíaca.
3. Emagrecimento:
Trata-se de um sintoma difícil de identificar e que pode ser confundido com outras patologias. Contudo, a perda de peso – especialmente as repentinas – devem ser investigadas pelo médico veterinário. Este é um dos sinais de doença cardíaca em pets.
4. Tosse:
Muita doenças podem provocar tosse em animais. Fique atento à presença de outros sintomas para diferenciá-las. Se a tosse for crônica e progressiva, o sinal de alerta deve ser ligado. Consulte um profissional especializado em cardiologia veterinária.
5. Aumento do volume abdominal:
O acúmulo de líquidos no abdômen pode ser outro sinal de doença cardíaca em pets. Fique atento também ao surgimento de edema nas patas.
6. Dificuldade respiratória:
Vimos que as doenças cardíacas em pets dificultam o bombeamento sanguíneo, o transporte de oxigênio e a respiração. Para tentar compensar, o animal pode apresentar respiração ofegante sem esforço físico. Além disso, fluidos podem acumular-se nos pulmões, provocando uma súbita e grave dificuldade respiratória (edema pulmonar).
7. Desmaios:
O fornecimento de sangue e oxigênio para o organismo pode ser tão reduzido que leva à perda momentânea de consciência. O pet deverá receber tratamento imediato do veterinário e problemas cardíacos deverão ser investigados.
Fique atento à saúde do seu companheiro. Faça check ups periódicos, leve seu Pet às consultas veterinárias de rotina. Se houver suspeita de um problema cardíaco, consulte um cardiologista veterinário. Este profissional poderá solicitar os exames necessários, realizar o diagnóstico e definir o melhor tratamento para o seu Pet.
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