Os cães nos enchem de alegria. Em alguns casos o amor é tão grande que quase nos esquecemos de que os nossos companheiros “patudos” são de outra espécie, e que merecem cuidados especiais. As vacinas para cães estão entre os mais importantes.
“Algumas doenças graves provocadas por microorganismos como vírus e bactérias podem botar em risco não só a saúde do pet, mas de toda a sua família. Podem passar do cão para as pessoas. Realizar o protocolo correto de vacinas para cães é um gesto de carinho e de atenção” – Dra. Luiza da Silva (CRMV-SC 6718), Médica Veterinária.
Abaixo, a Médica Veterinária Luiza da Silva (CRMV-SC 6718), pós-graduada em clínica médica de cães e gatos, explica em detalhes as principais vacinas para cães e os principais cuidados que temos que ter ao fazer a imunização.
Cuidados Básicos na Vacinação dos Cães
Vacinas para cães, esse é um assunto bastante sério. Elas não podem ser aplicadas de qualquer forma. Para que tenham realmente efeito e venham a proteger o animal e os humanos ao seu redor, é preciso tomar uma série de cuidados básicos. O principal deles é a presença do médico veterinário.
“O médico veterinário pode garantir que as vacinas para cães aplicadas são éticas. Ou seja, que são de boa qualidade e que foram armazenadas e manipuladas da forma correta. Infelizmente, muitos estabelecimentos comercializam vacinas de forma indiscriminada, botando em risco a saúde das pessoas e dos Pets. São as vacinas não éticas” – Dra. Luiza da Silva (CRMV-SC 6718), Médica Veterinária.
Além disso, é preciso lembrar que vacina é sinônimo de prevenção. Os animais devem ser vacinados antes de ficarem doentes, de preferência ainda na fase de filhotes. Animais que já estejam doentes não podem ser vacinados, sob o risco de piora do quadro clínico.
“Algumas doenças não apresentam sintomas. Por isso a presença do médico veterinário é tão importante, para que ele possa examinar o animal e garantir a sua segurança e da família” – Dra. Luiza da Silva (CRMV-SC 6718), Médica Veterinária.
Nas primeiras semanas de vida, a tendência é que os filhotes sejam imunizados através do leite da mãe, pelo colostro. No entanto, assim que esse período acaba, a proteção deve ser realizada através das vacinas para cães. Abaixo, veremos os protocolos para as principais delas.
Vale lembrar que os reforços de cada vacina devem ser feitos anualmente ou de acordo com orientação do médico veterinário.
Vacina Polivalente (V10)
A vacina polivalente (V10) é fundamental e pode salvar a vida do seu cão. Ela é dividida em três doses iniciais. Os filhotes devem tomar a primeira dose entre 42 e 45 dias de vida. As segunda e a terceira doses devem ser aplicadas com intervalos de 21 a 28 dias.
A vacina polivalente (V10) previne o seu pet contra:
- Cinomose: Doença altamente contagiosa que provoca vômitos, diarréia, convulsões e pode ser fatal.
- Parvovirose: Doença fatal, especialmente entre os filhotes. É transmitida pelo contato do animal sadio com as secreções e excrementos de animais doentes.
- Coronavirose: Doença potencialmente fatal. Provoca vômitos, diarréia (com sangue), febre e falta de apetite.
- Hepatite Infecciosa Canina: Doença grave, que pode levar ao coma nos casos mais avançados. É transmitida pelo contato com sangue contaminado pelo adenovírus canino.
- Adenovirose: Doença que provoca problemas respiratórios, até mesmo pneumonia. É provocada pela contaminação do adenovírus canino tipo II.
- Parainfluenza Canina: Doença que tem como principais sintomas tosse, coriza e febre. No entanto, a queda na imunidade pode levar à problemas graves. É transmitida pelo contato direto entre animais.
- Leptospirose Canina: Doença que pode ser transmitida para os seres humanos (zoonose). Causa vômito, diarréia, alterações renais, hemorragias e pode levar à óbito. A vacina polivalente V10 protege os cães e a família contra quatro subtipos de leptospirose.
Vacina Antirrábica
A raiva é uma doença sem cura, fatal em 100% dos casos, tanto nos animais quanto nos humanos. Ela está presente na natureza, entre os animais silvestres (especialmente os morcegos). É altamente contagiosa e pode ser transmitida aos pets e aos seres humanos por mordidas e arranhaduras.
“Os cães, muitas vezes, encontram morcegos doentes de raiva no chão, e decidem lamber e morder. Dessa forma, podem se contaminar sem que o tutor tenha conhecimento e levar essa doença fatal para toda a família” – Dra. Luiza da Silva (CRMV-SC 6718), Médica Veterinária.
A doença provoca alterações no sistema neurológico. Mudanças de comportamento, fotofobia (medo de luz), agressividade, hidrofobia (medo de água) e falta de apetite são alguns dos sintomas.
A primeira dose das vacinas para cães contra a raiva devem ser aplicadas logo na fase de filhotes, por volta dos 4 meses de idade. Mas atenção: A vacina antirrábica leva cerca de 21 dias para fazer efeito no organismo do animal. Até lá, o pet poderá estar desprotegido.
Vacina contra a gripe (Rinotraqueíte)
Apesar de não transmitirem a doença para os seres humanos, os cães também podem ficar gripados. Tosse, coriza, febre e falta de apetite são alguns dos sinais clínicos, e podem evoluir para pneumonias.
As vacinas para cães contra a gripe (rinotraqueíte) podem ser aplicadas junto com a segunda dose da vacina polivalente (V10), por volta dos 80 dias de vida do pet. O veterinário deverá definir a necessidade da segunda dose de acordo com o tipo da vacina: injetável ou intranasal.
Atenção: A gripe canina (rinotraqueíte) é altamente contagiosa entre os animais. A vacina pode levar até 15 dias para começar a fazer efeito. Nesse período, o pet poderá estar desprotegido.
Vacina contra Giárdia
A giardíase é uma doença intestinal provocada por um protozoário (G lamblia ou G duodenalis). Trata-se de uma zoonoses, ou seja, doença que pode passar dos a animais para os humanos. Diarréia sanguinolenta, vômito, apatia e perda de peso são alguns dos seus sintomas.
As vacinas para cães contra a giárdia devem ser feitas junto à segunda dose da vacina polivalente (V10), por volta dos 80 dias de vida do pet. A segunda dose também é muito importante.
Atenção: Para evitar a Giardíase, é importante que, além das vacinas, os tutores façam a manutenção regular das condições de higiene dos cães.
Vacina contra Leishmaniose
A leishmaniose é um conjunto de sintomas clínicos específicos (alterações, renais, alterações hepáticas, alterações de pele, emagrecimento, etc), que atingem tanto os pets quanto os humanos. Os cães domésticos são considerados os principais reservatórios da doença em áreas urbanas. A partir deles, algumas espécies de mosquitos podem espalhar a doença para toda a família.
Nos humanos, dependendo do tipo (visceral ou tegumentar), a Leishmaniose pode provocar desde feridas na pele e fraqueza até aumento do baço, do fígado, problemas respiratórios, sangramentos e infecções frequentes devido à queda da imunidade.
A vacinação de cães contra leishmaniose deve ser feita a partir de 4 meses de idade. O protocolo completo deve ser feito com 3 doses, respeitando o intervalo de 21 dias entre cada aplicação. Lembrando que a prevenção deve ser feita com a vacina aliada ao uso de repelentes.
A saúde do seu cão depende de você. Siga o calendário de vacinas para cães corretamente. Converse com o seu médico veterinário sobre a qualidade das vacinas e sobre a periodicidade dos reforços. Conte conosco para a saúde do seu pet!