A toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, que costuma assustar os donos de gatos, especialmente mulheres durante a gravidez. Por conta dela, muitos animais são abandonados todos os anos. Mesmo aqueles que realizam exames e não apresentam a doença passam por esse sofrimento.
Nesse texto, nós mostraremos a você como ocorre a contaminação da toxoplasmose e os cuidados que todos nós devemos ter para reduzir ainda mais os riscos.
A doença do gato
A toxoplasmose é uma doença causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, um parasita intracelular que pode ser encontrado no mundo todo.
O T.gondii pode infectar pássaros, peixes, roedores, animais silvestres e até seres humanos de forma intermediária. No entanto, os gatos (e alguns outros felinos) são os únicos hospedeiros definitivos – o que fez com que essa doença ficasse conhecida como “Doença do Gato”.
Sintomas em animais
Os animais contaminados com toxoplasmose podem apresentar:
- Vômitos e diarréias;
- Dispnéia, tosse, febre;
- Pancreatite, retinocoroidite, uveíte e etc.
“Nem todo gato possui toxoplasmose. Para adquirir a doença, o felino precisa caçar e ingerir outro animal contaminado, como um rato ou um pássaro” Dr. Alex Jader Sant’Ana, M.V, P.H.D Especializado em Anestesiologia Veterinária (CRMV-SP 18196 / CRMV-SC 7177 VS).
“Quando isso acontece, o protozoário se instala no intestino do gato, e consegue completar o seu ciclo reprodutivo. No entanto, é apenas na fase aguda da doença que o gato elimina os ovos (oocistos) pelas fezes” Dr. Éder França da Costa, M.V. Especializado em Cardiologia Veterinária (CRMV-SC 3580).
Uma vez no solo, depois de esporulados, os ovos (oocistos) podem tornar-se infectantes para os seres humanos. Esse processo leva de 1 a 5 dias para acontecer.
Contaminação
Na grande maioria dos casos, a toxoplasmose é adquirida através da ingestão de carne crua ou mal passada de hospedeiros intermediários da doença, como os bovinos e os suínos, por exemplo.
O consumo de água, frutas e verduras cruas e mal higienizadas, que abriguem os oocistos do Toxoplasma gondii, também pode levar à doença. E é nesse ponto que os donos de gatos devem prestar atenção.
“A única forma de um gato contaminar um ser humano é através das fezes, e no período de expulsão dos oocistos. Para isso, a pessoa precisa ingerir os oocistos por via oral. É raro, mas isso pode acontecer por acidente, durante a limpeza dos ambientes e com crianças que ponham a mão nas fezes do gato e em seguida na própria boca” Dr. Éder França da Costa, M.V. Especializado em Cardiologia Veterinária (CRMV-SC 3580).
Pessoas que possuem gatos e horta em casa também devem evitar que os animais eliminem as suas fezes entre os vegetais. A higienização dos alimentos deve ser rigorosa”. Dr. Alex Jader Sant’Ana, M.V, P.H.D Especializado em Anestesiologia Veterinária (CRMV-SP 18196 / CRMV-SC 7177 VS).
Sintomas em humanos
Em pessoas com o sistema imunológico fortalecido, o parasita da toxoplasmose pode permanecer inativo nos tecidos do corpo do portador (sem que ele saiba que foi infectado) por anos. Os sintomas, quando acontecem, podem ser semelhantes ao de uma gripe:
- Dor de cabeça;
- Febre;
- Cansaço;
- Linfonodos inchados.
Já se o sistema de defesa do organismo estiver debilitado, a toxoplasmose pode atingir cérebro, coração, olhos, pulmões, fígado e outras regiões. Pessoas com HIV/Aids ou em tratamento quimioterápico fazem parte do grupo de risco. Nesses casos, podem acontecer:
- Manchas pelo corpo;
- Dores de cabeça e garganta;
- Encefalite;
- Confusão mental e convulsões;
- Aumento do fígado e do baço;
- Pneumonias e miocardites;
- Lesões de retina, dificuldade para enxergar que pode evoluir para cegueira;
Toxoplasmose e gravidez
Mulheres grávidas, infectadas antes ou durante a gestação com toxoplasmose, podem transmitir a doença para o bebê (toxoplasmose congênita), mesmo que a mãe não tenha os sinais da doença.
Muitas infecções precoces podem resultar em natimortos ou abortos. Os bebês que sobrevivem podem apresentar complicações neurológicas, visuais, auditivas, renais, hepáticas e problemas mentais.
“A toxoplasmose é uma doença muito grave. Pessoas imunodeprimidas e gestantes devem consultar o médico sobre a doença para fazer os exames e, se necessário, iniciar o tratamento” Dr. Éder França da Costa, M.V. Especializado em Cardiologia Veterinária (CRMV-SC 3580).
“Apesar disso, abandonar os gatos não é a melhor solução para que a toxoplasmose deixe de ser transmitida. Com alguns cuidados, é possível manter o seu gato saudável e livre da doença” Dr. Alex Jader Sant’Ana, M.V, P.H.D Especializado em Anestesiologia Veterinária (CRMV-SP 18196 / CRMV-SC 7177 VS).
Cuidando dos gatos
Para evitar que o seu gato seja contaminado com a toxoplasmose, é importante mantê-lo dentro de casa e acostumá-lo a comer ração de boa qualidade (seca/enlatada) ou comida feita sob o fogo por longa duração (jamais carne crua).
Os gatos podem ser infectados por ingerir presas e por carne mal cozida. Bem alimentados, provavelmente eles sairão menos à caça.
“Além disso, é muito importante trocar a caixa de areia do gato diariamente. O parasita da toxoplasmose leva de 1 a 5 dias para tornar-se infeccioso após ser eliminado pelas fezes do gato. No entanto, essa limpeza não deve ser feita pela gestante”. Dr. Alex Jader Sant’Ana, M.V, P.H.D Especializado em Anestesiologia Veterinária (CRMV-SP 18196 / CRMV-SC 7177 VS).
“Levar o seu gato regularmente ao médico veterinário para a realização de exames é fundamental. O diagnóstico da toxoplasmose se faz através de sinais clínicos e de testes sorológicos” Dr. Éder França da Costa, M.V. Especializado em Cardiologia Veterinária (CRMV-SC 3580).
Conviver com um gato não aumenta necessariamente o risco de infecção por toxoplasmose, que é baixo. Visite o veterinário com frequência. Ele saberá lhe orientar sobre as formas de prevenção da doença. Em caso de gestação ou do aparecimento de algum sintoma, procure imediatamente o médico.
Na Digitalvet, o seu gato recebe a atenção e o carinho que merece.