Muitas pessoas não percebem, mas cães e gatos também sofrem com problemas nos olhos – e que podem afetar diretamente a própria visão. Doenças do nervo óptico, glaucoma, descolamento de retina, catarata, degenerações neurológicas, tumores e traumas podem levar o seu pet a problemas sérios, inclusive à cegueira. A Oftalmologia Veterinária é a especialidade que cuida destes casos.
Enquanto os humanos costumam apresentar deficiências refratárias como miopia e hipermetropia, cerca de 50% das ocorrências em cães e gatos são provocadas por úlceras de córnea e pela síndrome do olho seco (ceratoconjuntivite seca).
Úlcera de Córnea
A córnea é a primeira camada do olho. Ela é um tecido transparente, fino e resistente, que faz a refração da luz e também protege as estruturas mais internas. A úlcera é uma lesão de profundidade variável nesta estrutura tão importante.
Em cães, a maior parte das úlceras é provocada por traumas: arranhões, contatos com objetos, entrada de corpos estranhos, cílios malformados e problemas palpebrais, por exemplo.
Cada caso deve ser analisado pelo médico veterinário. Geralmente, quando a úlcera é superficial, o tratamento é feito à base de colírios e com o uso do colar elizabetano (para que o Pet não venha a mexer nos olhos e prejudicá-los).
Já nas úlceras mais profundas, com riscos de cegueira e de perda do olho, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. Nela, o profissional de oftalmologia veterinária faz um implante de membrana conjuntiva no local da lesão. O pós-operatório pode levar até dois meses, mas a maioria dos animais costuma voltar à vida normal em duas semanas.
Em gatos, o quadro é um pouco diferente. A maioria das úlceras são causadas pelo herpesvírus, que precisa ser tratado com medicamentos. Complicações como o sequestro corneal felino (degeneração do colágeno que pode levar à morte da córnea), podem provocar perda de visão, se não forem tratadas.
Os principais sintomas de úlcera na córnea, são:
- Dificuldade para abrir os olhos,
- Vermelhidão;
- Lacrimejamento e/ou secreção líquida;
- Opacidade;
Ceratoconjuntivite Seca ou Síndrome do Olho Seco
Trata-se de uma doença crônica e autoimune. Nela, as células de defesa do organismo começam a atacar a própria glândula lacrimal do corpo do Pet. Esta condição afeta especialmente os animais idosos. Entretanto – e muito por conta dos cruzamentos consanguíneos – a síndrome está atingindo com mais frequência os animais jovens.
Muitas vezes, o cão já nasce com o problema e apresenta os sinais desde cedo. São eles:
- Secreção espessa e em grande quantidade nos olhos (sendo necessário limpar várias vezes ao dia);
- O animal não consegue manter os olhos abertos;
- Vermelhidão nos olhos;
- Olhos opacos.
O tratamento da Síndrome do Olho Seco parte da realização de alguns exames para identificar possíveis infecções. No geral, ele é medicamentoso. Visa controlar a ação do sistema imune do animal e estimular a produção de lágrimas. O especialista em Oftalmologia Veterinária também poderá prescrever antiinflamatórios e lubrificantes para os olhos.
A Ceratoconjuntivite Seca também pode ser provocada por fatores secundários, como o hipotireoidismo e a cinomose. Intervenções cirúrgicas ainda são bastante controversas. Cabe ao especialista em Oftalmologia Veterinária definir o melhor tratamento para cada caso. Se não for tratada de forma adequada, a Síndrome dos Olhos Secos pode levar o seu companheiro à cegueira.
Oftalmologia Veterinária
Os cães mais acometidos pelas úlceras de córnea e pela Ceratoconjuntivite Seca são os braquicefálicos (com focinhos curtos e rostos achatados). No entanto, vários outros problemas oftalmológicos podem afetar cachorros e gatos de todas as raças. Inclusive doenças degenerativas.
Nos primeiros seis anos do animal, a recomendação é visitar um especialista em Oftalmologia Veterinária uma vez por ano. Após isso, as visitas devem ser semestrais. Exames como o reflexo pupilar cromático podem identificar irregularidades ainda no começo. Além disso, fique atento aos seguintes comportamentos do seu Pet:
- Excesso de dificuldades para enxergar com pouca luz;
- Dificuldades para enxergar objetos em movimento;
- Animal esbarrando em objetos e pessoas;
- Dificuldades para subir ou descer escadas (não confundir com problemas ortopédicos);
- Olhar para o lado oposto da fonte de som;
- Localizar-se apenas pelo faro e pelo som;
- Caminhar sem segurança.
Fique atento aos sinais e visite o Médico Veterinário periodicamente. Caso haja suspeita de algum problema nos olhos do seu Pet, procure um profissional especializado em Oftalmologia Veterinária. A saúde do seu Pet agradece!
A Digitalvet é formada por profissionais das mais diversas especialidades veterinárias. Aqui, você encontra a assistência que o seu Pet precisa.